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Qual é o peso dos fatores ambientais no aparecimento do câncer?

Pesquisadores constataram que 95% dos casos de cânceres têm razões ambientais, derivadas do nosso estilo de vida. Apenas 5% têm origem genética. Você sabe o que isso significa? Que aquela frase tão batida de que “prevenir é o melhor remédio” ganha grande importância quando se refere ao fato de que é possível minimizar as chances de vir a ter um câncer, uma vez que os fatores ambientais são possíveis de serem controlados.

O aumento da expectativa de vida, a globalização e a urbanização são alguns dos fatores que explicam parte dos 596 mil novos casos de câncer que o INCA (Instituto Nacional de Câncer) estima que afetarão os brasileiros em 2016. Segundo o chefe do serviço de Oncologia do Hospital VITA, Dr. Evanius Garcia Wiermann, o câncer está associado, principalmente, ao envelhecimento, com isso, quanto maior a expectativa de vida da população, maior costuma ser a incidência da doença.

Além disso, outros fatores ambientais relacionados com o aumento da chance de desenvolver o câncer são o tabagismo, a obesidade, o sedentarismo, o consumo de carnes processadas (linguiça, salsicha, embutidos em geral), o consumo de álcool, a luz ultravioleta do sol e as radiações ionizantes de fontes radioativas. “Se as pessoas parassem de fumar hoje, por exemplo, um terço de todos os tumores deixariam de acontecer, pois além do câncer de pulmão, o tabagismo também está associado ao aparecimento de tumores malignos na boca, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, rins, bexiga, colo uterino, entre outros”, ressalta o oncologista.

É preciso mudar o modo como comemos

Em entrevista concedida para o Instituto Nacional de Câncer, o diretor-geral em exercício do INCA, Luis Felipe Ribeiro Pinto, afirmou que “a mudança do comportamento dos adultos e a disseminação de hábitos saudáveis desde os primeiros anos de vida são essenciais para que haja uma mudança de cenário e cerca de um terço dos casos estimados de câncer possa ser prevenido”. Estamos em um momento em que o câncer é a segunda maior causa de morte no Brasil, com 190 mil óbitos por ano.

A alimentação e nutrição inadequadas são classificadas como a segunda causa de câncer que poderia ser prevenida, atrás apenas do tabagismo. Segundo o oncologista Dr. Evanius, isso se deve ao fato de que muitos componentes presentes nos alimentos têm sido associados com o processo de desenvolvimento do câncer, principalmente os de mama, cólon e reto, próstata, esôfago e estômago. Como exemplo temos os nitritos e nitratos usados para conservar e realçar o sabor de alguns alimentos industrializados, como carnes processadas (salsicha, linguiça, presunto, bacon, entre outros) e alguns tipos de enlatados, que transformam-se em nitrosaminas no estômago.

Ou seja, um dos elementos extremamente importantes para reduzir a incidência de câncer é a nutrição de boa qualidade. “Podemos constatar que a maioria dos pacientes com câncer mudam seus hábitos alimentares após serem diagnosticadas com a doença, uma vez que conseguem compreender a real importância da nutrição para a saúde. Um estudo avaliou que pessoas com câncer de mama que reduziram em 30% o consumo de gordura saturada, conseguiram diminuir em 40% a chance de reincidência da doença”, relata o oncologista do Hospital Vita. Para entendermos o quanto a parte nutricional é importante, o especialista explica que o nutricionista é um profissional obrigatório dentro da equipe de oncologia de um hospital.

O médico frisa que o importante é entender que essas causas ambientais são muito mais fáceis de evitar do que se imagina. “As pessoas podem escolher não fumar, não pegar sol em horários errados, não consumir só alimentos gordurosos, não se tornar sedentários, entre inúmeras outras atitudes necessárias para a boa saúde. A nutrição é um dos aspectos importantíssimos, porém sozinha ela não vai conseguir resolver a questão como um todo, é preciso uma mudança geral de comportamento em relação ao estilo de vida. O impacto de políticas de prevenção é sempre muito maior do que novos tratamentos, uma vez que vai impactar todo mundo, enquanto os tratamentos impactam quem já tem a doença”, conclui Dr. Evanius.

Principais tipos de câncer que ocorrerão no Brasil em 2016

– Câncer de pele não melanoma (para ambos os sexos)

– Câncer de próstata

– Câncer de mama

Outros cânceres cuja incidência merece destaque

– Câncer de intestino grosso (terceiro mais incidente entre as mulheres e o quarto entre os homens)

– Câncer de pulmão (terceiro entre os homens e quinto entre as mulheres)

– Câncer de colo do útero (quarto mais comum nas mulheres)

– Câncer de estômago (quinto entre os homens e sexto entre as mulheres)

* A projeção para 2016 inclui 19 tipos de câncer e é feita com base nas informações geradas pelos Registros de Câncer de Base Populacional e o Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde.

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Fonte: INCA (Instituto Nacional de Câncer)

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