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NUTRIÇÃO ENTERAL: QUAIS AS PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES?

Não basta apenas utilizar a Nutrição Enteral (NE) quando necessário, é preciso que haja acompanhamento adequado durante a terapia nutricional de cada paciente para evitar algumas complicações. É o que explica a nutricionista do Ganep Nutrição Humana (maior instituição especializada em terapia médico-nutricional no Brasil) e especialista em Nutrição Clínica Michelle Barone.

De acordo com a profissional, a maioria das complicações pode ser evitada se a prescrição, evolução da terapia nutricional enteral (TNE) e o acompanhamento nutricional forem feitos de forma adequada.  “Para que isso aconteça, é de extrema importância o estabelecimento de protocolos e indicadores de qualidade relacionados à TNE, e que estes sejam capazes de garantir o sucesso do tratamento”, comenta. As principais complicações são divididas em algumas categorias, separadas entre metabólicas, gastrointestinais, mecânicas, infecciosas e operacionais.

As metabólicas estão relacionadas à desidratação e hiperidratação, quando há oferta inadequada de água, sendo a mais frequente durante o uso da NE. Junto a ela, também aparecem a hiper e a hipoglicemia, associadas à oferta inadequada de calorias, a interrupções não programadas da TNE e à própria condição clínica do paciente.

Segundo a nutricionista, outra alteração importante é a Síndrome da Realimentação. Ela ocorre quando pacientes desnutridos ou em jejum prolongado passam a ser alimentados novamente de forma rápida e em grandes volumes. “Quando isso acontece, os micronutrientes que estavam deficientes no organismo são desviados, ocorrendo queda rápida e importante de suas concentrações plasmáticas. Esse desvio ocasiona alterações no sistema cardiovascular, hepático, gastrointestinal, pulmonar, renal e hematológico”, explica.

Entre as complicações gastrointestinais, mais frequentes no uso da NE, estão diarreia, vômitos, náuseas e constipações, que podem estar relacionadas ao excesso de gordura na dieta, infusão rápida ou intolerância a componentes da fórmula. Além disso, a gastroparesia, uma dificuldade no esvaziamento gástrico, tornando-o mais lento, também pode ocorrer, podendo ser causada pelo uso de alguns medicamentos, por distúrbios hidroeletrolíticos ou mesmo pela situação clínica do doente. “As condições relacionadas à administração da dieta enteral incluem tipo de fórmula, a temperatura da dieta e velocidade de infusão”, comenta Michelle.

A contaminação microbiana durante o preparo da dieta enteral pode trazer como consequência uma intoxicação alimentar, considerada uma complicação infecciosa. Além disso, uma pneumonia aspirativa também pode ocorrer quando a sonda não estiver alocada adequadamente, pelo mau posicionamento do paciente ou na presença de alterações gastrointestinais.

Por fim, as complicações mecânicas e operacionais dão conta do aparato técnico e operacional da TNE. Entre as causas estão a obstrução da sonda, erosões e necrose nasal. O manuseio inadequado durante a administração da dieta também pode ser outra causa. De acordo com a profissional, existem alguns números que representam a quantidade de complicações existente durante o uso da Nutrição Enteral. “Alguns estudos nacionais e internacionais mostram que náuseas e vômitos ocorrem entre 12% e 20% dos tratamentos com NE. A diarreia pode ser uma das complicações mais frequentes, e ocorre entre 2% e 95% das terapias”, exemplifica.

Abaixo, você confere ações que, de acordo com a nutricionista, se realizadas com atenção, podem ajudar a minimizar problemas ocorridos durante terapia nutricional enteral.

 

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