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Mitos e verdades sobre a pressão alta

A hipertensão arterial sistêmica, popularmente conhecida como pressão alta, é uma doença crônica caracterizada pelo nível elevado de pressão sanguínea nas artérias, que exige do coração um esforço além do necessário. Ela pode ser classificada em dois tipos: primária e secundária. A primeira, mais comum, tem origem genética. O tipo secundário é a hipertensão adquirida, que corresponde a apenas 5% dos casos.

Embora mais de 20% da população brasileira seja diagnosticada como hipertensa, ainda há muitos mitos a respeito do tema. A hipertensão é incurável? Existem sintomas que caracterizam a doença? Mulheres são menos suscetíveis à pressão alta? O Blog Prodiet conversou com o Dr. Heno Lopes, cardiologista do Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP, para esclarecer essas e outras dúvidas.

Não existe nada que previna a pressão alta.
Verdade quando se trata da hipertensão primária. Como a principal causa é genética, não há prevenção. Contudo, pacientes com grande predisposição à doença podem postergar o aparecimento da pressão alta. Isso pode ser feito com cuidados alimentares e prática regular de exercício físico.

Mulher sempre tem pressão mais baixa.
Mito. Até entrar na menopausa a mulher sofre influência do estrogênio, um hormônio protetor da pressão arterial. Mas esse fator não influencia significativamente a aferição de pressão, principalmente se a mulher tem predisposição genética. Na prática, um fator que influencia é o fato de que as mulheres geralmente são mais cuidadosas com a saúde que os homens.

Pressão alta é controlada só com remédios.
Mito. Controle de peso e alimentação saudável podem ser alternativas às soluções medicamentosas, principalmente para casos de hipertensão secundária. Quem identifica a doença precocemente tem grandes chances de combatê-la sem remédios.

Sou uma pessoa estressada, por isso minha pressão não controla.
Mito. O estresse influencia na oscilação da pressão inclusive em indivíduos saudáveis, mas ele não impede o controle da doença. Pressão alta é uma enfermidade crônica e deve ser tratada no longo prazo, independentemente de fatores agravantes, como o estresse.

A hipertensão arterial é uma doença incurável.
Verdade quando se trata da hipertensão primária. Estima-se que 5% dos casos de pressão alta são do tipo secundário, que tem possibilidade de cura. A maior parte da incidência de hipertensão, contudo, é por fatores genéticos, por isso incurável. Apesar disso, o controle adequado da doença não compromete a qualidade de vida desses pacientes.

Dor de cabeça é sintoma da pressão alta?
Mito. Diversos fatores que causam dor de cabeça – como cansaço físico e má alimentação – são, por vezes, erroneamente associados à hipertensão. Mas esta é uma doença assintomática. Ela só é diagnosticada através da monitorização ambulatorial realizada por um profissional da saúde.

Uma vez que a minha pressão arterial está controlada, posso parar a medicação.
Mito. A medicação nunca é eliminada sem que seja aplicada alguma alternativa. Só é possível reduzir ou retirar o remédio em duas situações: em casos de hipertensos primários com uma mudança drástica de estilo de vida, como por ocasião de cirurgia, ou em casos de hipertensão secundária com causa conhecida, como a obesidade.

No indivíduo saudável, o valor da pressão arterial nunca é constante.
Verdade. Este fator é importante para entender que hipertensão não se trata da oscilação da pressão arterial, mas sim da prevalência de níveis elevados da mesma. Não há um valor ideal e constante aplicável a todas as pessoas. A não variação da pressão é que pode ser indicativo de problema.

Iniciar uma medicação anti-hipertensiva pode causar dependência.
Mito. A medicação não causa dependência química, muito pelo contrário: uma vez que o remédio é cortado, o organismo volta a funcionar normalmente e isso, no caso dos hipertensos, significa valores alterados de pressão arterial. O remédio estabiliza o corpo, o que modifica o organismo é a falta dele.

As medicações anti-hipertensivas podem afetar temporariamente o desempenho sexual masculino.
Verdade. No início do tratamento medicamentoso pode haver alterações, isso porque o corpo está acostumado a trabalhar com a pressão elevada, e o órgão masculino é irrigado de acordo com ela. Os medicamentos modernos, porém, minimizam este efeito colateral, que só acontece nos primeiros dias de medicação.

 

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