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Cálcio: além da força nos ossos

Que o cálcio é um mineral essencial para a construção e manutenção dos ossos e dos dentes e que, sua falta, pode iniciar um processo de osteopenia e osteoporose, é fato conhecido da maioria das pessoas. Porém, o que nem todos sabem é que a sua ingestão está ligada a outros processos vitais do organismo. E, pelo que dizem os últimos estudos, a população mundial não tem consumido a quantidade mínima diária, que é de 1000 a 1500mg, de acordo com o nutricionista e químico Alexandre Aguiar, especialista em Nutrição Clínica e Esportiva e professor do curso de pós-graduação em Nutrição Clínica, Funcional e Estética da Universidade Gama Filho (UGF), do RJ. “As pesquisas mostram um baixo consumo desse mineral, de 150 a 500mg. Isso se torna um dado preocupante diante da importância do cálcio em nossa saúde”, avalia.

Alexandre se refere, em primeiro lugar, à ligação direta entre cálcio, obesidade e hipertensão. “A relação cálcio/obesidade ocorre pelos baixos índices do mineral no sangue promovendo um estímulo da vitamina D em transportá-lo para  células do pâncreas, onde será armazenado, como se fosse um mecanismo de defesa diante da escassez do mineral na dieta. Porém, a função do cálcio no pâncreas é liberar insulina, um hormônio, que além de contribuir com o metabolismo de glicose, é extremamente anabolizante e lipogênico, promovendo a formação de gordura visceral”, explica, completando que, em populações em que houve um aumento da ingestão de cálcio, observou-se redução desse tipo de gordura.

Em relação à hipertensão, Alexandre explica que o mineral, além de participar do processo de contração muscular, controla a bomba de cálcio e sódio extracelular, importante na regulação da pressão arterial. De acordo com ele, as principais fontes de cálcio são leites e derivados, peixes e vegetais verdes escuros, como brócolis e couve. Entretanto, além da ingestão desses alimentos, o profissional alerta para fatores que podem diminuir a sua absorção. “O mineral é melhor absorvido em meio ácido, assim como outros minerais. Sabe-se que o consumo de prebióticos como FOS (fruto oligo sacarídeos) e inulina melhoram a absorção, assim como o amido resistente encontrado em alguns alimentos como a farinha de banana verde. Estes alimentos sofrem fermentação, produzindo ácidos graxos de cadeia curta, tornando o meio mais favorável à absorção do mineral”, explica.

Outro fator importante para o aproveitamento do cálcio ingerido é o consumo de vitamina D, pois participa no transporte desse mineral para a corrente sanguínea. “O consumo de proteínas na dieta é também fundamental, uma vez que a desnutrição proteica pode interferir na produção de proteínas transportadoras de cálcio como a calbindina”, alerta. E completa: “O consumo excessivo de cafeína também está relacionado com uma menor biodisponibilidade de cálcio. É importante evitar consumo de alimentos que contém ácido oxálico junto com fontes de cálcio, como espinafre, batata doce, tomate, inhame, carambola, sementes e grãos integrais crus, pois são quelantes do mineral, reduzindo sua biodisponibilidade. O ácido fítico, presente principalmente no feijão, sementes, linhaça, castanha, cereais, soja e amendoim também são capazes de contribuir para  a deficiência do cálcio; por isso não devem ser consumidos associados às fontes do mineral para que não interfiram em sua absorção. Além disso, o consumo de diuréticos e excesso de sal pode elevar a sua excreção, diminuindo seus níveis sanguíneos”, finaliza, lembrando que estresse e sedentarismo também são inimigos de uma boa dose de cálcio no organismo.

 

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