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Alimentação e os sintomas do HIV

Apesar do aumento da expectativa e qualidade de vida após a introdução dos antirretrovirais, alguns sintomas típicos ocasionados pelo vírus HIV podem surgir ao longo de tratamentos, como a perda ou o ganho de peso, falta de apetite, náuseas e vômitos, feridas na boca e/ou dor ao engolir, boca seca, azia, gases, febre e suores noturnos, constipação, triglicérides e colesterol altos, Síndrome da Lipodistrofia, entre outros. De acordo com Andrea Zumbine, diretora do serviço de Nutrição do Hospital Emílio Ribas de São Paulo, e Roberta Camargo, nutricionista-chefe do setor de Nutrição Clínica da mesma instituição, há cuidados específicos na alimentação capazes de minimizar tais efeitos indesejáveis. Veja a seguir os conselhos das profissionais:

Perda de peso: Fracionar a alimentação em pequenas refeições – 5 a 6 refeições por dia; incluir nas preparações alimentos energéticos, como leite em pó, queijo ralado, creme de leite, azeite etc.; fazer uso de suplementos nutricionais, sempre sob a supervisão de um nutricionista.

Inapetência: Fazer refeições em companhia da família e amigos, tornando-a uma atividade prazerosa. Evitar ao máximo o estresse, depressão e isolamento. Fazer as refeições em horários regulares, variando as combinações, evitando a monotonia e alimentos dietéticos; não ingerir líquidos durante as refeições.

Náuseas e vômitos: evitar muitas horas em jejum, procurar se alimentar de 3 em 3 horas; ao acordar, ingerir alimentos secos, como biscoito de água e sal, biscoito de polvilho e torrada, sem líquidos; sugar gelo; tomar sorvetes também podem diminuir os sintomas; optar por alimentos cozidos e evitar temperatura muito quente; não ingerir líquidos com as refeições e, em casos de vômitos, ingerir soro caseiro; evitar refeições muito doces ou muito temperadas. Preparações mais leves e brandas serão mais bem aceitas.

Diarreia: Evitar o consumo do leite até a diminuição dos sintomas; beber muito líquido, evitar açúcar, doces, adoçantes e frituras, assim como alimentos crus e com fibras; aumentar o consumo de alimentos com potássio, como banana, batata e carnes brancas; preferir carboidratos como pão, torradas, bolacha sem recheio, legumes cozidos, carnes magras, frutas cruas ou cozidas sem casca. É indicado o uso de soro de reidratação oral, água de coco e pro-bióticos na recuperação da flora intestinal, com orientação de um médico ou nutricionista.

Feridas na boca e dor ao engolir: Indica-se o consumo de alimentos na forma líquida, macios ou bem cozidos, como purês, sopas, caldos, iogurte, massas, cremes e mingaus. Deve-se evitar as preparações apimentadas e os alimentos ácidos; a temperatura dos alimentos não deve ser quente, dando preferência para os frios ou em temperatura ambiente; enxaguar a boca antes e após as refeições; fazer uso de canudinho de acordo com a necessidade. Se houver dor ao engolir, dar preferência às preparações bem cozidas, evitando as líquidas. A comida mais sólida, porém macia, é útil para auxiliar na passagem pela glote.

Azia: evitar alimentos condimentados, gordurosos e café; não deitar após as refeições; evitar doces.

Gases: evitar bebidas gasosas, cerveja, doces, brócolis, couve flor, feijão, batata doce; mastigar bem os alimentos, comendo de boca fechada e não falar enquanto come; reduzir o consumo de fibras insolúveis como grão e cereais.

Febre e suores noturnos: aumentar o consumo de líquidos, manter uma alimentação variada e aumentar a ingestão de calorias.

Colesterol: O colesterol é um tipo de gordura encontrada em nosso organismo que, embora seja fundamental para seu funcionamento, quando em excesso (hipercolesterolemia), se deposita nas paredes das artérias, podendo causar angina, infarto do miocárdio e derrame. O principal fator para evitar o seu aparecimento ou agravamento é manter uma alimentação saudável, rica em frutas, verduras, legumes e cereais, evitando a ingestão em excesso de alimentos que contêm gordura animal. Consumir preparações cozidas, assadas ou grelhadas e evitar frituras e gorduras, como bacon, toucinho, pele das aves, assim como leite integral e seus derivados, queijos amarelos e embutidos. Praticar atividades físicas regulares.

Triglicérides: A hipertrigliceridemia ocorre quando o nível de triglicérides no sangue excede a 200 mg/dL, podendo formar placas de gordura que se acumulam nas paredes das artérias, dificultando a circulação e tornando-se um dos fatores de risco para as doenças cardiovasculares. Não basta controlar a gordura da dieta, é preciso modificar a quantidade e a qualidade dos carboidratos ingeridos. Deve-se dar preferência aos pães, cereais e massas integrais (arroz integral, macarrão integral, cereal matinal integral, bolachas integrais, farelos etc.); moderar o consumo de pão francês, bisnagas, biscoitos doces, folhados, arroz branco polido, massas e fubá; evitar doces, salgadinhos, refrigerantes, alimentos gordurosos e substituir açúcar por adoçante; aumentar o consumo de fibras e também aqui a orientação é praticar atividades físicas regulares.

Lipodistrofia: É uma síndrome na qual ocorrem alterações na distribuição da gordura corporal e pode estar associada à arteriosclerose precoce, diabetes mellitus e outras patologias. Portanto, a prática da alimentação saudável torna-se indispensável para manter os níveis de colesterol, triglicérides e glicose nas concentrações adequadas. O nutricionista é o mais indicado para auxiliar nessa situação.

Constipação: A dieta das pessoas com constipação deve ter o objetivo de melhorar o funcionamento intestinal, através da estimulação do trabalho intestinal.  Deve apresentar alto teor de fibras e substâncias com efeito laxativo, ou seja: aumentar o consumo de alimentos crus, verduras folhosas, grãos integrais e frutas com casca. O consumo de líquidos (no mínimo 2 litros de água por dia) é extremamente importante, assim como praticar exercícios físicos.

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