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Alimentação e gravidez

Diz a sabedoria popular que mulheres grávidas devem comer por dois. De acordo com a nutricionista Elaine Cristina de C. Borges, especialista em Nutrição Clínica Hospitalar e Ambulatorial, isso não é verdade. “Durante a gravidez, o corpo torna-se mais eficaz na absorção de nutrientes. Por isso, ao duplicar a quantidade de alimentos, não se está aumentando as chances de ter um bebê saudável, e sim de ganhar peso em excesso e muitas vezes complicar desnecessariamente a gravidez. Se a gestante estiver com um bom peso, não há necessidade de calorias a mais no primeiro trimestre”, explica. Porém, completa Elaine, se a gestante estiver acima ou abaixo do peso, precisará receber orientações do seu obstetra ou de um nutricionista. Os cuidados devem começar a sim que a gestante descobrir que será mamãe.

O importante, segundo a nutricionista, é diversificar o cardápio, fazendo um prato variado, a fim de consumir todas as proteínas, calorias, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais de que precisa. “Mesmo dentro de uma mesma categoria alimentar (como verduras), deve-se procurar cores, tipos e texturas diferentes. Nas horas do lanche, escolher iogurtes, frutas ou barrinhas de cereais para matar a fome de maneira saudável.” A profissional também sugere privilegiar alimentos na forma natural, como arroz e pães integrais, frutas frescas e sucos naturais, além de ter cuidado com o excesso de gordura, óleo e açúcar.

Outro assunto comum entre as grávidas são os famosos desejos. Segundo Elaine, tais desejos esquisitos são desordens alimentares que ocorrem no período de gestação, denominados “Picamalácia”. Ela se caracteriza pela ingestão de substâncias com pouco ou nenhum valor nutritivo, comestíveis ou não. A explicação para os desejos ainda é pouco compreendida, porém, sabe-se que fatores emocionais, culturais, socioeconômicos, ambientais e também fisiológicos, como alívio de sintomas digestivos, estão associados a eles.

De acordo com a nutricionista, os hormônios prolactina e progesterona são os maiores responsáveis pela alteração do apetite, levando a gestante a comer alimentos que antes não gostava, não comer mais suas comidas preferidas ou mesmo ter vontade de alimentos com sabores estranhos. “Antes de saciar o desejo estranho, é necessário verificar se não é uma forma de chamar a atenção. Além disso, os desejos podem estar associados a vários transtornos, como anemia, constipação, distensão, problemas dentários, infecções, e interferência na absorção de nutrientes. Ao diagnosticar a deficiência de determinado nutriente, por meio de exames, o obstetra ou nutricionista será capaz de prescrever a devida suplementação à gestante”, aconselha.

Por fim, a gestante tem a necessidade de uma alimentação mais rica em determinados nutrientes. Elaine explica que no primeiro trimestre há um aumento da frequência cardíaca e volume do sangue da mãe, fase importante de desenvolvimento de partes vitais do bebê, como o sistema nervoso. “Nesse período, a ingestão de ferro, ácido fólico e líquidos são muito importantes”, avalia.

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