Pesquisar
Close this search box.

Carboidratos com digestão lenta e difícil: entenda o que são FODMAPs

Carboidratos com digestão lenta e difícil_ entenda o que são FODMAPs.docx.docx

Para começarmos a falar sbre FODMAPs, é preciso entender o que significa esse acrônimo comprido. Em bom português, tratam-se de Oligossacarídeos fermentáveis, Dissacarídeos, Monossacarídeos e Polióis (Fermentable Oligosaccharides, Disaccharides, Monosaccharides and Polyols, em inglês). Em resumo, são carboidratos com uma digestão mais lenta e difícil.

De acordo com a nutricionista esportiva Ana Carolina Ragugnetti, por esses carboidratos ficarem mais tempo no trato intestinal, eles acabam sendo fermentados pelas bactérias em nosso intestino. “Os efeitos dessa fermentação são distensão abdominal, flatulência e cólica. Por permanecerem mais tempo no trato digestivo, atraem água, podendo também causar diarreia”, explica.

De acordo com Ragugnetti, alimentos como maçã, pêra, melancia, leite e derivados, beterraba, brócolis, couve, feijões e outras leguminosas, pães, bolos e biscoitos feitos com farinha de trigo, são exemplos de alimentos ricos em FODMAPS. Abaixo você confere uma lista com alimentos ricos nesses carboidratos e algumas alternativas:

Carboidratos com digestão lenta e difícil entenda o que são FODMAPs

Fonte: Camila Cichacewski e Eloisa Gonçalves, nutricionistas da Santa Casa de Curitiba

Se por um lado, os FODMAPs possuem uma digestão lenta, por outro, a fermentação pelas bactérias da flora intestinal é rápida e nesses casos é preciso adaptar a alimentação e tentar impedir a alta produção de gases hidrogênio e metano, como explica a nutricionista Camila Cichacewski, mestre em Ciências da Saúde.

Porém, é importante ressaltar que será feita uma dieta de exclusão com prazo determinado, geralmente, de oito semanas. “É necessário não excluir nenhum grupo alimentar e fazer uma seleção criteriosa dos alimentos. Por exemplo, leite integral por leite sem lactose, no lugar de farinha branca utilizar farinha de arroz. A dieta deve ser acompanhada por nutricionista para evitar deficiências. Após esse processo, voltamos a reintroduzir aos poucos alimentos ricos em FODMAP para avaliar a tolerância individualizada. A reintrodução pode ser por alimentos ou por grupos de alimentos”, explica Cichacewski. Caso não haja melhora dos sintomas em oito semanas, é preciso descontinuar a dieta.

Exclusão de FODMAPs no tratamento de síndromes e doenças

Alguns grupos de pessoas que possuem a Síndrome do Intestino Irritável (SII) ou Curto podem ser beneficiadas com uma dieta de exclusão temporária de FODMAPs.

Conforme explica Eloisa Gonçalves, especialista em terapia nutricional e nutrição clínica, “estudos recentes comprovam a eficácia da exclusão temporária de alimentos ricos em FODMAPs na redução de sintomas gastrointestinais em pacientes com SII. Para cerca de 75% dos pacientes, as queixas de sintomas gastrointestinais diminuem para quase metade”. Pacientes com doença de Crohn, intolerância a lactose ou glúten, além de casos de diverticulite também podem se beneficiar em algumas fases do tratamento.

Dieta Low Carb e FODMAPs

Apesar de algumas publicações internet afora sugerirem a dieta Low Carb (baixo carboidrato) como alternativa aos efeitos dos FODMAPs, as nutricionistas entrevistadas pela Blog Prodiet são categóricas em afirmar que é preciso diferenciar as duas coisas.

Ana Carolina Ragugnetti alerta que a Low Carb é uma dieta de redução e não de exclusão de carboidratos e, por isso, pode não ajudar nesse caso. “Os carboidratos presentes na dieta devem ser isentos de FODMAPS. O importante para o tratamento, independente da quantidade de carboidrato presente na dieta, é que esse carboidrato seja livre de Oligossacarídeos fermentáveis, Dissacarídeos, Monossacarídeos e Polióis”, argumenta.

Em concordância com Ragugnetti, a nutricionista Eloisa Gonçalves exemplifica a diferença.

“A  Low Carb  não seria uma opção, pois é uma dieta rica em hortaliças, frutas, carnes e gorduras, que podem ser ricos em FODMAPs”, explica. Logo, não contribui para a melhora dos sintomas.

Vale lembrar que alterações ou desconfortos em nosso organismo devem sempre ter diagnóstico e tratamento orientado por um profissional de saúde. Você possui algum desses sintomas, já fez alguma dieta de exclusão de FODMAPs? Tem dúvidas? Conte-nos sua experiência comentários!

Se você gostou desse artigo, clique aqui e saiba mais sobre alimentação.

 

*Camila Cichacewski é nutricionista, mestre em Ciências da Saúde e também faz parte da equipe da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba (PR).

*Eloisa Gonçalves é nutricionista da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba (PR) e é especialista em Terapia Nutricional e Nutrição Clínica.

*Ana Carolina Ragugnetti é nutricionista esportiva e atua na Seleção Brasileira de Paracanoagem. Ela também atende em consultório particular.

Gostou? Compartilhe:

plugins premium WordPress Pular para o conteúdo